Brasil ratificou o Acordo de Paris. Começa a pressão!
Se você sentiu que estava derretendo este ano, você não está sozinho. O planeta teve o inverno mais quente já registrado, com os meses de julho e agosto empatados como os meses mais quentes. Parece que 2016 vai ser o ano mais quente desde o início dos registros, ultrapassando uma marca estabelecida apenas no ano passado.
O clima é importante. Mesmo nos momentos difíceis. Na verdade, especialmente nos momentos difíceis. Então é uma ótima notícia que o Brasil tenha deixado de lado suas dificuldades políticas e econômicas e ratificado o Acordo de Paris. Isso quer dizer que Temer está comprometido com todas as promessas climáticas que Dilma fez na COP21 em dezembro.
Essa é uma grande vitória para o planeta. Mas agora vem a parte difícil: colocar estas promessas em prática. E para fazê-las acontecer, devemos manter a pressão.
É hora de diminuir a poluição
O Brasil é o maior poluidor da América Latina, e o sétimo maior poluidor do mundo. Ele gera cerca de 2,5% das emissões do mundo, a maioria pela destruição da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.
E os brasileiros já estão vivendo com os impactos das mudanças climáticas. A população indígena brasileira está vendo seus rios diminuírem e a vida desaparecer de suas terras. A população de São Paulo luta contra a falta de água e (ironicamente) enchentes.
Precisamos diminuir as emissões agora!
Sem mais falsas promessas
Em Paris, o Brasil prometeu reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005 em 2025. A meta para 2030 é ainda maior – 43%. Ele pretende fazer isso basicamente de duas maneiras: protegendo a Amazônia e mudando para energias limpas.
O Brasil prometeu zerar os desmatamentos ilegais da Amazônia até 2030, e restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de floresta. Ele trabalhará com outras nações em desenvolvimento para compartilhar conhecimento sobre o monitoramento e proteção de florestas.
O Brasil também pretende alcançar 45% de energias renováveis até 2030. E, como hidrelétricas liberam gases de efeito estufa e há o desmatamento da Amazônia, o Brasil quer que, até lá, apenas 12% de sua energia seja proveniente de hidrelétricas.
Embora muitos acreditem que o Brasil possa fazer mais, essas são metas ambiciosas. E, para alcançá-las, precisamos de vontade política.
Mãos na massa
Nos próximos meses e anos, trabalharemos com nossos parceiros climáticos e nossos fãs para ajudar o Brasil a alcançar suas promessas feitas em Paris – e talvez, só talvez, ir além! Depois de cair de continuamente desde 2004, o desmatamento da Amazônia cresceu em 2013 – e novamente no ano passado. Não podemos deixar que problemas econômicos e turbulências políticas parem o trabalho vital de proteção dos preciosos pulmões do planeta. As energias renováveis podem cair do céu, mas o sistema usado para processá-la, não. Para impulsionar as energias solar, eólica e de ondas, precisaremos de novas políticas energéticas.
Juntos, nós podemos. Vamos pressionar nossos representantes para manter as mudanças climáticas no topo de suas agendas. Porque a economia não significa nada se destruirmos o planeta.