Abraços que Contam Histórias – Episódio 5: Sobre Cílios e Sonhos
Um filho drag e uma mãe que aprenderam duas vezes - e da melhor forma possível - que o importante mesmo é ser feliz!
Quando um amor é intenso, invencível e ultrapassa qualquer barreira, ele se torna mais do que um sentimento. Ele vira uma ação. Mais especificamente, ele vira um abraço.
Por isso, na Semana do Amor, nós queremos contar histórias de grandes abraços: aqueles que, com muito amor, unem o diferente e trazem para perto aqueles que nunca deveriam ficar longe.
Bem vindos à Semana do Amor. Bem vindos aos Abraços que Contam Histórias.
Sobre Cílios e Sonhos
A relação entre mãe e filho é incondicional e envolve um lindo sentimento! No quinto episódio de Abraços que Contam História, a gente apresenta a Antonia e o Antônio, mãe e filho.
O Antônio é gay e conta pra gente que o processo de entender sua orientação sexual foi muito difícil. "A gente tenta se mostrar cada vez menos para não ser notado, até a hora que a gente fala 'Chega! Preciso ser eu mesmo'".
Quando resolveu assumir que era gay, ele tinha certeza de que a primeira pessoa que deveria saber disso era a sua mãe, sua família. Ao contrário do que ele achou, o momento foi muito tranquilo! A Antonia e seu marido fizeram de tudo para mostrar a ele que nada mudaria. "A gente ama ele independente de qualquer coisa. Isso não quer dizer nada; pra gente, ele continua sendo o mesmo. O importante é ele ser feliz", conta ela.
Algum tempo depois, Antônio se viu na mesma situação novamente: queria contar aos pais que gostava de trabalhar como Drag Queen. Como todo o processo de se assumir gay aos pais aconteceu no momento certo, ele pensou que novamente deveria ser dessa forma. Por isso, foi contando aos poucos.
Depois de mudar de casa, Antonia ia visitar o filho e via um par de sandálias ali, uma peruca por aqui… e, com o tempo, percebeu a arte de Antônio. "Eu via as roupas na casa dele e pensei comigo que aos poucos ele ia me contar. E foi aí que ele disse que se vestia de mulher, que era um trabalho e que ele amava fazer isso", disse.
Novamente, pra sua surpresa, Antônio ouviu as mesmas palavras da mãe: "o importante é ser feliz". Ele conta pra gente que ser Drag Queen é uma expressão artística, mas que eles sofrem muito preconceito e resistem em todos os sentidos.
"Durante o curso de Drag Queen que fiz, teve um episódio em que fomos a um shopping e o segurança barrou eu e as outras alunas do curso. A gente viu que claramente era homofobia. Resolvemos lutar pelos nossos direitos e chamamos a polícia. Dois dias depois, fizemos uma manifestação e foi muito legal. No final, o shopping aprendeu e nós aprendemos a como levar nossa arte e não abaixar a cabeça. Que outros estabelecimentos aprendam a lidar com a diferença e a diversidade. Temos que ocupar esses lugares e mostrar que todos os tipos de arte, gênero e opção sexual tem que ser aceita!".
Na época, Antonia ainda não tinha conhecimento sobre o trabalho do filho, mas ele diz que saber o quanto os seus pais apoiavam sua felicidade fazia com que ele se sentisse abraçado por eles em todos os momentos em que precisasse lutar para ser quem ele é. Ter o apoio de seus pais faz ele se sentir muito forte para evoluir e inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo.
Confira a história deles numa versão curta-metragem para Instagram Stories aqui: