A representatividade é pedaçuda na maior noite do cinema
Com sabor de diversidade em todas as categorias, a noite promete dar passos mais afirmativos em direção à representatividade LGBT+, racial e étnica na premiação
De uns anos para cá, a Maior Premiação do Cinema tem sido, cada vez mais, uma noite de forte inclinação política. "Moonlight: Sob a Luz do Luar" se tornou o primeiro longa LGBT+ a vencer a premiação após a polêmica do #OscarsSoWhite e "A Forma da Água", do mexicano Guillermo del Toro, adotou o realismo fantástico para defender seus personagens renegados e marginalizados.
Seguindo a tônica de ampliação da representatividade, nos últimos cinco anos, apenas um dos diretores premiados não era latinoamericano: foram duas estatuetas para Alejandro Iñarritu, por O Regresso e Birdman, uma para Alfonso Cuarón, por Gravidade, e uma para Guillermo del Toro. E, pensando nesse panorama, a Academia manteve seus passos criteriosos na escolha dos indicados em cada uma das categorias da premiação.
Vamos então aos indicados?
Na categoria…
Concorrem: Vice, A Favorita, Roma, Green Book - O Guia, Nasce uma Estrela, Bohemian Rhapsody, Pantera Negra e Infiltrado na Klan.
E falando em representatividade…
Pantera Negra é um marco cultural: estamos diante de um filme blockbuster, centrado em um super-herói negro, com a maior quantidade de atores negros já produzido nos Estados Unidos. O elenco central é praticamente todo composto por afro-americanos ou atores africanos.
O filme da Marvel chegou ao Oscar pedaçudíssimo, concorrendo em seis categorias: Melhor Filme; Melhor Trilha Original; Melhor Mixagem de Som; Melhor Figurino; Melhor Direção de Arte e Melhor Edição de Som. E para completar esse timaço, Pantera Negra ainda é dirigido por Ryan Coogler e conta com a trilha sonora do compositor e rapper Kendrick Lamar.
Na categoria…
Concorrem: Yalitza Aparicio (Roma), Olivia Colman (A Favorita), Melissa McCarthy (Poderia Me Perdoar?), Lady Gaga (Nasce uma Estrela) e Glenn Close (A Esposa).
E voltando à temática da representatividade...
A atriz Yalitza Aparicio faz a sua estreia como atriz no filme de Alfonso Cuarón. A professora, e agora artista, contou que foi ao casting de Roma por pura curiosidade, porque, para falar a verdade, o nome do diretor mexicano não significava nada para ela. Yalitza foi com a mãe e a irmã por razões de segurança. Ela temia que o casting fosse uma fachada do tráfico para atrair ‘mulas’ para sua atividade criminosa.
Na categoria…
Concorrem: Christian Bale (Vice), Willem Dafoe (No Portal da Eternidade), Bradley Cooper (Nasce uma Estrela), Rami Malek (Bohemian Rhapsody) e Viggo Mortensen (Green Book - O Guia).
E, mais uma vez, frisando a importância da representatividade...
Rami Malek falou sobre uma das inúmeras facetas e particularidades que precisou incorporar para encontrar a personalidade de Freddie Mercury:
"Eu conhecia as músicas, eu sabia como era o Freddie, eu sabia que ele era um ícone gay e é um ícone para todos nós, mas eu não fazia ideia do período glam-rock. Eu não tinha ideia do seu visual pré-bigode. Eu não sabia qual era o nome verdadeiro dele. Eu não sabia qual era sua etnia. Eu não sabia que ele teve um amor chamado Mary Austin com quem ele estava por seis anos e quem ele pediu em casamento. Eu tentei entender o cérebro de todos. Eu estava basicamente passando pela lista telefônica de um rock star e vendo se alguém atenderia a minha ligação."
Na categoria…
Concorrem: Alfonso Cuarón (Roma), Spike Lee (Infiltrado na Klan), Yorgos Lanthimos (A Favorita), Pawel Pawlikowski (Guerra Fria) e Adam McKay (Vice).
E, mais do que nunca, reafirmando a importância da representatividade:
Foram necessários 30 anos para que a Academia finalmente indicasse Spike Lee na categoria melhor diretor. Dono de um cinema absolutamente político, sarcástico e combativo, Lee é categórico: "Você tem que ser 10 vezes melhor do que seus colegas brancos - ser igual não será o suficiente".
E aí, a 91ª edição da Maior Premiação do Cinema tem o seu sabor da diversidade?
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#BenAndJerrysBR #OSaborDaDiversidade