O sabor da diversidade do Grammy 2019
Com indicados pedaçudos, a premiação desse ano promete mais representatividade de pessoas e causas em relação aos anos anteriores. Teremos muito mais sabor de diversidade na premiação!
Estamos na 61ª edição do Grammy Awards e, depois de receber duras críticas pela falta de representatividade dos últimos anos, podemos sentir que em 2019, teremos mais sabor de diversidade no maior prêmio da música.
A começar por uma das indicações mais significativas da noite: a primeira vez que uma mulher trans, SOPHIE, concorre a uma categoria no Grammy. Sophie Xeon foi indicada na categoria melhor álbum dance/eletrônico pelo seu primeiro disco autoral "Oil of Every Pearl's Un-Insides".
A artista nasceu na Escócia, é cantora, produtora e DJ. SOPHIE é conhecida por seu estilo experimental, que transita pelo pop e eletrônico e se engana quem pensa que, nessa estrada, ela fez pouca coisa! SOPHIE já escreveu e produziu canções para Madonna, Charli XCX, Cashmere Cat e MØ.
Apesar disso tudo, até então SOPHIE era uma figura desconhecida: ela modificava sua voz em entrevistas, para não deixar claro seu gênero, e nunca deixava seu rosto em evidência, tanto que seus DJs set eram praticamente perfomances nas quais ela criava maneiras de não aparecer.
Em outubro de 2017, ela lançou o single “It’s Ok To Cry”, no qual canta sem efeitos em sua voz e mostra pela primeira vez seu rosto. Assumindo-se publicamente enquanto mulher trans, SOPHIE se mostra pela primeira vez por inteira e de forma completamente vulnerável no videoclipe.
Ter SOPHIE no Grammy Awards é, sem dúvidas, um dos sabores da diversidade que nos representa. E muito <3
O segundo sabor da diversidade é inconfundível: vem direto da terra do NY Fudge Brownie, o refrão "In New York, concrete jungle where dreams are made of…" é um de seus hits que não saem da cabeça, e é dona de uma voz poderosíssima. Ficou muito fácil?
Alicia Keys foi escolhida para ser a apresentadora do Grammy Awards. Agora dá uma olhada na reação dela e conta pra gente se essa não é uma representatividade de gênero pra lá de pedaçuda <3
A cantora conhecida por sucessos como "My Boo", "No One", "Girl On Fire" e “Empire State of Mind” é a quinta mulher a ser mestre de cerimônias em sessenta e um anos da premiação.
Alicia, que é pianista de formação clássica, já ganhou 15 Grammys e, desde que lançou seu álbum “Songs in a Minor”, em 2001, vendeu mais de 30 milhões de discos. O que muitos não sabem é que, além cantora, pianista e compositora, Alicia Keys se tornou uma super bem-sucedida produtora de cinema, televisão e espetáculos da Broadway. É ou não é mais um mulherão que representa?!
E o sabores de diversidade não param por aí: os versos políticos de Kendrick Lamar e obra provocativa e combativa de Childish Gambino também têm destaque pedaçudíssimo na premiação.
Kendrick Lamar e Black Panther
O álbum não é homônimo do herói da Marvel à toa: Kendrick foi convidado por Hollywood para assinar a trilha sonora do filme composto por um elenco predominantemente negro e que debate temáticas como empoderamento e identidade. A presença do rapper está em toda parte ao longo das faixas inéditas de "Black Panther - the album": ele é produtor executivo da obra, recebe créditos de compositor, além de dar voz como protagonista ou coadjuvante a todas elas.
No Grammy, Kendrick é o artista com mais indicações do ano. O compositor, cantor e rapper concorre com "Black Panther - the album" em oito categorias: álbum do ano; música e gravação do ano com a canção "All the Stars", na qual ele dupla com a cantora SZA; melhor música de Rap; melhor colaboração de Rap; melhor música para mídia visual; melhor performance de Rap e melhor performance de Rap cantado.
Childish Gambino e This is America
This is America, música de Childish Gambino, ficou conhecida pelo videoclipe absolutamente pedaçudo: um quase plano sequência distópico, em que Gambino descortina toda a cultura racista dos Estados Unidos: armas, violência policial, as leis segregacionistas e o estereótipo do homem negro criminoso.
This is America se tornou, sem dúvidas, um dos sabores da diversidade nos Estados Unidos e no mundo. Assim que lançado, provocou inúmeras análises semióticas e estéticas sobre a simbologia do clipe. Desde a dança de Gambino, que seria um artifício para causar distração do caos e violência - uma crítica à indústria da música pop e hip hop. Isso porque Gambino já frisou em suas outras obras: não há escape da violência e do racismo estrutural.
O que é indiscutível é que, mais uma vez, Childish Gambino se afirma como participante ativo daquilo que o oprime. O que leva à representatividade de This is America e à indicação ao Grammy nas categorias Música do Ano e Gravação do Ano.
E quando você pensa que as causas do pedaço terminaram… A gente te diz que tem mais sabor de diversidade pela frente!
A Academia passou a contar com 900 novos membros votantes: todxs mulheres e/ou não caucasianxs abaixo dos 39 anos de idade.
Metade dxs artistas indicados à categoria de álbum do ano são negrxs.
As quatro principais categorias (álbum; música; gravação; artista revelação) passaram de cinco para oito indicações e, nesse ano, no mínimo cinco mulheres concorrem em cada uma delas.
E aí, o Grammy desse ano tem o seu #SaborDaDiversidade?
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#B&JnoGrammy #GrammysTNT #SaborDaDiversidade