Cinco coisas em que ficar de olho no COP22 em Marraquexe
Pela primeira vez na história, o mundo está unido (finalmente!) sob uma única bandeira para lidar com as mudanças climáticas e manter a temperatura em um nível onde a sociedade – e os sorvetes! –possam prosperar. O próximo passo na luta contínua contra as mudanças climáticas é a 22.a sessão da Conferência das Nações Unidas (COP22), que será realizada em Marraquexe, Marrocos, de 7 a 18 de novembro.
O Acordo de Paris definiu o cenário para os países trabalharem juntos e fazerem a transição para a economia de energia limpa do futuro; o componente chave é o compromisso de manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2°C. Apesar de o acordo já ser uma grande vitória que definiu um plano de ação, ainda precisamos manter o ritmo para garantir sua rápida implementação – e é aí que entra Marraquexe.
Aqui estão alguns dos principais problemas que ficaremos de olho na COP22:
1. A corrida para a ratificação
Um momento crucial veio no início deste mês, quando a China e os EUA, conjuntamente responsáveis por cerca de 38% das emissões globais de gases de efeito estufa, formalmente ratificaram o Acordo de Paris. Logo atrás veio o Brasil, o maior emissor da América Latina. Como o tratado só entrará em vigor após a ratificação por 55 países responsáveis por 55% das emissões, este foi um enorme avanço. Com uma pressão significativa, o Reino Unido anunciou na semana passada que deve ratificar dentro de um ano, enquanto se espera que a Índia, responsável por 5,8%, deva fazer o mesmo. Coletivamente, a UE é o terceiro maior emissor do mundo, então sua ratificação é fundamental, mas como ela é composta de 28 estados membros individuais, o processo – como criar uma nova combinação de sabores de sorvete – é um pouco complicado.
2. Fundo Climático Verde
Criado em 2010, o Fundo Climático Verde é um mecanismo justo que permite que países mais ricos ajudem países em desenvolvimento a reduzir suas emissões de carbono financiando os custos da transição para fontes de energias renováveis. O fundo pretende levantar ambiciosos US$ 100 bilhões por ano até 2020, e atualmente está em torno de US$ 10 bilhões, com as principais contribuições vindo dos EUA, Japão, Reino Unido, Alemanha e França. No começo deste ano, Obama cumpriu com uma grande parcela dos US$ 3 bilhões prometidos pelos EUA, depositando US$ 500 milhões nos cofres do fundo, e contribuições adicionais de outros países são ansiosamente aguardadas.
Esse será um fundo fundamental para garantir que as nações em desenvolvimento façam a escolha certa e invistam em tecnologias limpas de energia, em vez de carvão, petróleo ou outros combustíveis fósseis.
3. Água
Na Ben & Jerry’s, amamos a água, e não somente porque é componente fundamental na fabricação de sorvete! Felizmente, o mundo está começando a acordar, e a água está recebendo cada vez mais atenção como um recurso precioso, tal como recentemente evidenciado durante Semana Mundial da Água. As mudanças climáticas provocam uma série de problemas relacionados com a água, tais como o derretimento das geleiras e – paradoxalmente – inundações e secas. Isso coloca uma enorme pressão sobre o abastecimento de água do mundo e tem um efeito em cadeia que impacta enormemente o planeta e seu povo.
4. África
Em nenhum outro lugar as mudanças climáticas são mais sentidas do que na África, que combina uma alta vulnerabilidade com a baixa capacidade de adaptação. A população do continente deve dobrar até 2050, um dado impressionante, pois ela já está em 1,2 bilhão! Isso aumenta os problemas do mundo com a água, enquanto o continente se torna cada vez mais sedento, e uma vez que o acesso à eletricidade é muito limitado na África subsaariana, cerca de 80% das pessoas continuam cozinhando com combustíveis de biomassa sólida como a madeira, contribuindo para a emissão de gases do efeito estufa. Enquanto isso, a má nutrição está aumentando e o risco de epidemias de malária aumenta, pois os aumentos de temperatura levam o mosquito da malária para regiões mais altas, onde as pessoas não possuem imunidade à doença.

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5. Riscos de defesa
A desordem climática interfere nos recursos, e quando as pessoas não podem comer ou beber, elas não têm escolha senão se mudar. Isso causa o deslocamento de um grande número de pessoas em todo o mundo, o que é um fator importante no aumento da crise global dos refugiados. Ela também provoca o descontentamento e agitação política, aumentando as tensões e a instabilidade em regiões já vulneráveis e transbordando para o mundo em geral. Agências de alto nível como o Pentágono dos EUA agora consideram as mudanças climáticas um grande risco de segurança, que deve ser um alerta.
Qual o próximo passo na luta contra as alterações climáticas?
O Acordo de Paris realmente foi uma vitória para o ativismo de base, mostrando-nos o que podemos fazer quando nos unimos e fazemos barulho. Com a aproximação da COP22 em Marraquexe, temos que aproveitar o impulso e manter a pressão sobre os governos para permanecerem agressivos com suas metas de redução de carbono.
Apesar de todas essas promessas duramente conquistadas, os últimos passos para trás para a política climática no Reino Unido e Irlanda mostram quão importante é manter um olhar atento sobre nossos líderes para garantir que cumpram suas promessas, então agora é a hora de agir. Sem a campanha incansável de cidadãos preocupados ao redor do mundo, nós nunca teríamos chegado tão longe. Por isso, assine a petição hoje e adicione sua voz às de milhões de pessoas exigindo ações climáticas!
Participe do movimento pelo clima!
Junte-se à Avaaz, à Ben & Jerry’s e a milhões de cidadãos do mundo todo que estão convocando os líderes das nações desenvolvidas e as Nações Unidas para combaterem a mudança climática, na próxima cúpula em Paris. Nosso objetivo é que líderes internacionais trabalhem para alcançar 100% de energia limpa até 2050. Esta meta ambiciosa é alinhada com a necessidade declarada do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC’s) das Nações Unidas de eliminação de toda a poluição de carbono nos próximos 85 anos. Saiba mais sobre a petição.
Assine a petição agora!