7 momentos em que Beyoncé e Jay-Z quebraram a internet ao fechar o Museu do Louvre
Assim como em Formation, mais uma vez Beyoncé deixou a internet de pernas pro ar ao lançar um clipe artisticamente impecável e fortemente político. A nova música de Beyoncé e Jay-Z, que estão se apresentando agora como The Carters, causa tremores pedaçudíssimos já pelo título: Apeshit, uma gíria americana com conotação racista que quer dizer “furioso e/ou selvagem”. Seja com a intenção de ressignificar a palavra ou ironizar seu sentido, eles literalmente FECHARAM O MUSEU DO LOUVRE. Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando: a locação do clipe de APES***T é o maior museu de arte de Paris.
Tudo no clipe de 6'05'' é simbólico e são tantas e representativas referências que a gente decidiu enumerar para vocês terem uma ideia da importância que é ter APES***T indicada na categoria Melhor Clipe.
1. Ninguém solta a mão de ninguém, bebê!
A escolha da locação: o Museu do Louvre. Um dos museus mais prestigiados e carregados de privilégios - predominantemente frequentado por pessoas brancas e ricas e com um acervo produzido e representado predominantemente por pessoas brancas e ricas. Representatividade e lugar de fala é ver pessoas negras de diversos tons de pele ocupar aquele espaço e afrontar o status quo. Isso ficou ainda mais evidente quando vemos a Beyoncé dançando em frente ao quadro A Coroação de Napoleão com suas bailarinas.
2. Você quer letra pedaçuda, @?
O trecho da música totalmente! autoexplicativo:
“Gimme my check / Put some respect on my check / Or pay me in equity, pay me in equity” / Me dê o meu dinheiro / Respeite o meu dinheiro/ Ou me pague com igualdade, me pague com igualdade”
3. Vai ter retrato de negrx, sim!
Referência ao quadro Retrato de Uma Negra (Portrait of a Negress). Um dos pouquíssimos quadros no Louvre em que uma pessoa negra é retratada em primeiro plano. A obra em si, datada de 1.800, é tida como uma das primeiras pinturas que se tem conhecimento na qual uma pessoa negra não é retratada como escrava.
4. É casalzão que fala?
Outra aparição pedaçudíssima do casal ao longo do clipe: agora em frente à Grande Esfinge de Tanis, que representa a mistura do poder invencível do leão à majestade do rei, e aparece propositalmente quando o Jay-Z fala: “this is a different angle” / “este é um diferente ponto de vista”
5. Sente esse poder
O casal abre o clipe em uma posição imponente, em frente à escultura da deusa Victória (romanos) ou Nice/Niké (gregos), que representa a vitória, força e velocidade na forma de uma mulher alada: a imagem faz alusão ao poder e representatividade de um casal negro frente à indústria da música.
6. Mona Black Power <3
O quadro da Mona Lisa é conhecido por representar o ideal de beleza feminino que se tinha à época na qual ele foi pintado, e no clipe ele é visto em segundo plano, perdendo espaço para minorias mal representadas na história e na arte. O que melhor simbolizaria a (r)existência do que uma mulher negra e um homem negro arrumando o seu black power, em frente ao quadro da famosa Mona Lisa?
7. Rainha é rainha, né mores
Beyoncé dança em frente à estátua da Vênus de Milo (a Afrodite dos gregos) – que historicamente sempre foi o símbolo da beleza feminina. Aqui, Beyoncé aparece com uma roupa que lhe dá um corpo quase que de mármore, satirizando o padrão de beleza imposto pela sociedade e trazendo outro tipo de beleza possível: o da mulher negra.
Como define a filósofa e feminista brasileira Djamila Ribeiro, “[…] quando pessoas negras estão reivindicando o direito a ter voz, elas estão reivindicando o direito à própria vida". E é isso que vemos no legado apoteótico e contundente de Beyoncé. A obra de arte na sua função mais pedaçuda: como motor questionador e transformador da sociedade.
Esse é o sabor da diversidade que nos representa. É assim que a gente pensa. É assim que a gente é. É assim que a gente abraça as causas mais pedaçudas do pedaço <3
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